Capítulo 615
“Tá tudo bem.”
Célio viu Isabella levantar seu pescoço elegante como o de um cisne e beber tudo que estava no copo de uma só vez, o coração dele apertou ainda mais com a preocupação.
Ter cólicas menstruais já era ruim, e ainda ter que beber aquilo era um sofrimento.
Ele decidiu que depois iria verificar qual era a empresa que produzia aquela bebida para ver se havia como melhorar. Não podia deixar seu amor sofrer assim…
Assim que ela terminou de beber, Célio pegou o copo e colocou-o ao lado, perguntando baixinho, “Por que você não está usando a bolsa de água quente? Está fria ou muito quente?”
“Está um pouco pesada, incomoda quando pressiona.”
“Então deixa eu te ajudar a esquentar.” Célio esticou a mão e acariciou suavemente o abdomen dela. “Melhorou assim?”
Isabella queria dizer que a mão dele estava mais fria que a bolsa de água quente, mas vendo o esforço dele, acabou concordando com a cabeça.
A expressão dela não enganava Célio, que percebeu algo e colocou a mão sobre seu próprio abdômen. Mesmo por cima da roupa, a palma da mão não estava
suficientemente quente.
Ele pegou a bolsa de água quente novamente, aqueceu as próprias mãos e depois as colocou sobre o abdômen de Isabella…
“Está melhor agora?”
Vendo-o perguntar seriamente, Isabella sentiu um calor no coração.
Um gesto, um olhar, e ele rapidamente entendia o que ela queria dizer.
“Sim, está bem melhor agora.” Isabella sorriu.
“Eu ainda tenho uns remédios, o doutor disse que posso tomar se a dor ficar muito forte. Nesse momento, o celular de Isabella começou a vibrar. Célio se levantou dizendo, “Eu pego.”
A luz da tela piscava, era uma ligação de Mário Lopes.
Ao ver esse nome, Célio hesitou por
um instante. Esse cara ligava com frequência para Isabella? E por que ele ligaria tão tarde? Será que pensava que Isabella estava na universidade, e o noivo não estava por perto?
Isabella percebeu ciúme em Célio ao passar o celular, e ao ver quem era o chamador, teve
que se segurar para não rir.
Ela deslizou o dedo para atender na frente de Célio.
in veio do
“Isabella, está ocupada?” A voz preocupada de outro lado. “O treinamento militar está te cansando?”
“Tá tudo bem.” Isabella falou enquanto observava a expressão de Célio, o que a fez achar a situação ainda mais engraçada. “Precisa de algo?”
“Chegou um paciente complicado no hospital, você pode vir dar uma olhada quando tiver um tempo?”
“Agora?”
Assim que Isabella disse isso, o olhar de Célio rapidamente se encheu de advertência. Se
atrever a marcar um encontro tão tarde? Ele não ia deixar!
“Você pode agora? O paciente está com dor de cabeça, tontura, boca torta, olho desviado e fraqueza no lado esquerdo do corpo. Após exames, descobrimos placas na artéria cerebral média e dois aneurismas prestes a romper.”
Isabella percebeu a gravidade da situação. Placas e aneurismas, cada um deles poderia
ser incapacitante ou mesmo fatal.
Quando ambos ocorrem ao mesmo tempo, as chances de ter um sagramento cerebral seguido de um acidente vascular cerebral isquêmico eram maiores.
“O complicado é que ela tem uma estenose grave na artéria cerebral média do lado direito no segmento M1, juntamente com uma estenose no ramo M2. Mesmo após tratamento intensivo, o AVC continua recorrente, o tratamento intervencionista é difícil e arriscado, e o efeito a longo prazo do stent não é bom.”
Mário do outro lado da linha não sabia que Célio estava com ciúmes, e continuou a descrever a situação do paciente, “A única opção agora é realizar uma reconstrução vascular intra e extracraniana para melhorar a isquemia cerebral e reduzir o risco de u AVC grave.”
Célio, que
ue estava ao lado, não sabia sobre o que eles estavam falando, mas percebeu qu Mário falou por um bom tempo e Isabella ainda não tinha intenção de desligar. Ele pegou a mão dela e brincou com os dedos, parecendo um pouco infeliz.
Isabella sabia que para desobstruir os vasos sanguíneos cerebrais e realizar a reconstrução do fluxo sanguíneo cerebral, era necessário primeiro remover
manualmente as placas dos vasos, um procedimento de alta dificuldade.
O segmento M2 está localizado na parte profunda da cisura lateral do cérebro, e o espaço para operação é muito pequeno, aproximadamente do tamanho de um dedo.
Além disso, o diâmetro dos vasos da artéria cerebral média é inferior a 3 milímetros. Para remover completamente as placas e suturar os vasos, é necessário realizar uma cirurgia
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microvascular sob um microscópio, ampliando a imagem em mais de dez vezes, o que exige um alto nível de precisão nos instrumentos cirúrgicos e na técnica do cirurgião.
Obviamente, ninguém no hospital era capaz de fazer isso.
Se deixássemos o Mário vir sozinho, o risco seria realmente alto.
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